Assim como em humanos, o câncer é uma realidade crescente entre os animais de estimação, especialmente devido ao aumento da expectativa de vida proporcionado pelos avanços na Medicina Veterinária.
Os tipos de câncer mais comuns em cães e gatos variam de acordo com a espécie, mas, de maneira geral, incluem tumores de mama, linfomas e tumores de pele, como os mastocitomas. Conhecer essas condições e identificar sinais precoces podem fazer toda a diferença no tratamento e na qualidade de vida dos nossos amigos peludos.
Os tumores de mama são mais frequentes em fêmeas e podem ser benignos ou malignos. Em cadelas, cerca de 50% a 70% dos tumores mamários são malignos, enquanto em gatas, essa porcentagem sobe para impressionantes 80%. A castração, quando feita no momento adequado, é a única forma comprovada de prevenção. Por outro lado, o uso de anticoncepcionais veterinários, ainda que praticado no passado, é um fator de risco bem estabelecido e atualmente desaconselhado.
Linfomas são neoplasias que têm origem no sistema linfático, comuns tanto em cães quanto em gatos, com manifestações clínicas diversas. O diagnóstico depende da localização e do estágio da doença, e o tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia oral ou injetável e, em alguns casos, radioterapia.
Os tumores de pele e subcutâneo formam outro grupo significativo, com nódulos visíveis na superfície ou sob a pele. Esses tumores podem ser identificados durante check-ups regulares ou observados pelos tutores. O diagnóstico precoce é essencial, pois permite abordagens cirúrgicas mais simples e eficazes.
Como identificar problemas oncológicos em pets?
O câncer pode se manifestar de diversas maneiras, o que exige atenção tanto dos tutores quanto dos médicos veterinários. Alterações de hábitos, perda de peso, presença de nódulos, mudanças no apetite ou sintomas gastrointestinais inespecíficos, além de sangramentos ou alterações em órgãos internos, podem ser sinais de alerta. Avaliações regulares e exames de rotina são indispensáveis para detectar anomalias em estágios iniciais.
O clínico geral desempenha um papel fundamental na triagem inicial, podendo encaminhar o pet a um oncologista veterinário para avaliação e tratamento mais específicos. Uma abordagem integrada entre os profissionais contribui para diagnósticos precisos e planos de tratamento eficazes.
Diagnóstico: exames e avanços tecnológicos
Na oncologia veterinária, o diagnóstico envolve desde exames simples, como hemogramas e citologias, até métodos avançados, como tomografia, ressonância magnética e citometria de fluxo. A citologia é frequentemente utilizada como triagem inicial para determinar a necessidade de uma abordagem cirúrgica, enquanto o exame histopatológico é essencial para confirmar o diagnóstico, classificar o tipo tumoral e avaliar a extensão da doença.
Exames de imagem, como radiografias e ultrassonografias, ajudam a estadiar o câncer, ou seja, determinar a extensão da doença no organismo. Esse processo é crucial para decidir o melhor curso de tratamento e acompanhar a evolução do quadro.
Prevenção e cuidados essenciais
Embora muitos casos de câncer ocorram aleatoriamente ou devido a predisposições genéticas, há medidas preventivas que podem ser adotadas para reduzir os riscos. Manter uma alimentação balanceada, proporcionar um ambiente livre de carcinógenos (como fumaça de cigarro e exposição excessiva ao sol), controlar doenças crônicas e realizar check-ups regulares são passos importantes.
Nenhuma alteração no exame físico ou na rotina do pet deve ser ignorada. Mesmo nódulos aparentemente pequenos merecem atenção diagnóstica. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento, independentemente do tipo de câncer.
Com o suporte de médicos- veterinários especializados, como oncologistas, e o acompanhamento constante por meio de consultas regulares, é possível proporcionar uma vida longa, saudável e confortável para os animais.