Você sabia que seu amigo felino pode sofrer de doenças cardíacas? O cuidado com a saúde do coração dos gatos envolve um elemento essencial: a atenção redobrada aos sinais e sintomas. Eles são mais sutis do que os apresentados pelos cães. Assim, os bichanos “escondem” mais de seus tutores os problemas cardíacos.
É preciso prestar bastante atenção ao comportamento do seu pet. Mínimas mudanças, que poderiam passar despercebidas, devem ser observadas e, se forem constantes, é essencial fazer uma visita ao veterinário. Mais do que ninguém, você conhece a personalidade e os hábitos de seu companheiro. E é exatamente esse olhar treinado o fator que pode evitar a evolução silenciosa de uma doença do coração em seu gatinho.
Outro ponto-chave é a informação. Você precisa saber quais são os sinais clínicos comuns aos felinos com condições cardíacas para identificá-las rapidamente. E é importante conhecer as raças que são predispostas a desenvolver tais doenças. Vamos juntos entender esse universo?
As doenças cardíacas mais comuns em gatos
Em primeiro lugar, é necessário ter em mente que existem doenças que podem acarretar problemas cardíacos. Por exemplo, o hipertireoidismo e a doença renal crônica (bastante comum em gatos) causam hipertensão, o que compromete o coração.
A pressão arterial elevada faz com que o coração trabalhe mais para bombear o sangue. Com o tempo, isso pode levar ao espessamento da parede do ventrículo esquerdo, ou seja, à cardiomiopatia hipertrófica, doença cardíaca que mais acomete os felinos. Ela é silenciosa no início e, se não tratada, apresenta risco de complicações sérias, como insuficiência cardíaca e consequente morte súbita. A cardiomiopatia hipertrófica também causa a formação de trombos (coágulos).
Nossos amigos felinos também podem ter cardiopatias congênitas, ou seja, malformações já presentes no nascimento. São defeitos estruturais que podem afetar as válvulas, as paredes do coração ou os grandes vasos sanguíneos. Os pets com essas cardiopatias devem fazer acompanhamento veterinário periódico para monitoramento da condição clínica e, se necessário, uso de medicamentos ou, em casos graves, realização de procedimentos ou cirurgias. O diagnóstico precoce é fundamental para o melhor controle dessas doenças.
Raças com tendência a desenvolver problemas no coração
Algumas raças possuem predisposição genética a apresentar certas doenças cardíacas, o que torna o acompanhamento veterinário de rotina ainda mais importante para elas. Ao menos uma vez por ano, os felinos devem realizar um check-up com avaliação cardiológica, mesmo na ausência de sintomas. Conheça as raças que exigem atenção:
- Maine Coon, Ragdoll, British Shorthair, Persa, Bengal, Sphynx, Norueguês da Floresta: são raças predispostas a desenvolver cardiomiopatia hipertrófica, que, como vimos, é a doença cardíaca mais frequente em gatos. Essa é uma doença frequente também em pets sem raça definida.
Maine Coon, Persa, Siamês, Burmês e Ragdoll: são propensos a desenvolver malformações cardíacas congênitas, entre elas estenoses (estreitamento de válvulas), defeitos nos septos (estruturas responsáveis pela comunicação entre os ventrículos e átrios) e anomalias de válvulas.
Sinais de alerta
Como os sinais clínicos dos gatos não são tão evidentes quanto os dos cães, são os pequenos detalhes que fazem a diferença. Fique atento se houver:
- Perda de apetite
- Mudança nas interações: o felino tende a se esconder ao invés de ficar próximo do tutor. Ele também pode manifestar outras alterações nas atitudes próprias de sua personalidade
- Apatia: o gatinho fica mais quieto do que de costume
- Uso da caixa de areia: quem tem gato sabe que a caixa de areia é tudo para ele. Mas, em alguns casos em que há cardiopatias, o pet pode fazer suas necessidades fora da caixa.
Saiba que é possível proporcionar uma vida plena e feliz ao seu amigo felino, mesmo que ele tenha alguma doença cardíaca. O fato de ele apresentar sinais e sintomas sutis não supera o seu amor, cuidado e, sobretudo, conhecimento da personalidade única de seu gato. Não hesite em procurar o quanto antes ajuda profissional no caso de qualquer suspeita, pois o diagnóstico precoce é o melhor aliado do seu pet.



