Coceira intensa, vermelhidão e lesões na pele, lambedura excessiva. Seu cão apresenta esses sinais e comportamentos? Pode ser que ele possua alguma doença de pele causada por alergia. As chamadas dermatopatias alérgicas são uma das principais causas da procura por atendimento veterinário dermatológico. Elas não têm cura e, se não tratadas, irão interferir na qualidade de vida do seu melhor amigo. A boa notícia é que, com acompanhamento profissional, é possível controlar essas condições e retomar o bem-estar do seu companheiro de quatro patas. Prepare-se para entender sobre a pele do seu pet e oferecer o cuidado que ele merece!
Vamos começar detalhando os sinais de alerta. Observe se o seu pet:
- Se coça de forma excessiva, principalmente na face e onde o corpo faz dobras
- Se lambe demais, especialmente nas regiões entre os dedos
- Apresenta inflamações ou infecções de ouvido que retornam mesmo após tratadas (otites de repetição)
- Possui infecções de pele (procure por lesões, vermelhidão, crostas ou feridas)
Lembre-se que, mesmo em tratamento, o cão alérgico pode ter crises. É crucial manter-se atento e, diante da manifestação ou piora dos sintomas, levá-lo rapidamente ao veterinário.
O tratamento combina várias abordagens
Entre os problemas de pele desencadeados por reações alérgicas, a dermatite atópica é a mais comum. Essa inflamação aparece quando o sistema imunológico do pet reage de forma exagerada a alérgenos ambientais, normalmente os ácaros da poeira doméstica, mas também podem ser pólen e fungos, entre outros.
O tratamento da dermatite atópica é multifacetado. O dermatologista veterinário pode prescrever banhos com shampoos terapêuticos e medicações sistêmicas (atuam no corpo todo por meio da corrente sanguínea – administradas por via oral ou por injeções, como vacinas) e tópicas (aplicadas diretamente na região da pele afetada – cremes, pomadas, loções, sprays).
Além dos medicamentos convencionais à base de esteroides (corticoides), são usados fármacos mais modernos que agem de forma mais específica no controle da alergia, como inibidores de Janus Quinase e anticorpos monoclonais.
Uma ferramenta poderosa e tradicional é a dessensibilização do pet àquilo que lhe provoca alergia. Isso se faz por meio da imunoterapia, que consiste em administrar o alérgeno em doses crescentes e contínuas para induzir tolerância. É um método individualizado, realizado após testes alérgicos para identificação dos alérgenos que fazem mal ao paciente.
De olho na dieta: a alergia também pode ser alimentar
Quase um terço dos cães que possuem doenças alérgicas na pele também tem alergia a alimentos que fazem parte de sua dieta de rotina. Na suspeita de alergia alimentar, são
feitos testes alérgicos, que auxiliam na seleção dos alimentos que serão investigados por meio de uma dieta hipoalergênica. O objetivo é fazer o diagnóstico de quais alimentos pioram ou desencadeiam a alergia, para que sejam retirados da alimentação.
Cuidado que envolve muito amor e parceria
A alergia requer paciência da parte do tutor. Isso porque o próprio diagnóstico pode demorar, assim como a resposta ao tratamento. Mas vale a pena. Apesar de crônica, a alergia pode ser controlada com adesão ao tratamento, monitoramento constante e uma relação de confiança e comunicação com o veterinário. Tudo em prol do bem-estar do seu melhor amigo. Ele merece!